Houve um tempo em que eu fluia em uma neblina de hortelã
Pegava meus bens mais preciosos e os enterrava em formigueiros
Observava atentamente as aventuras de um bicho-bola qualquer
Até tirava folhas secas do caminho para não perdê-lo de vista
Lembro de arrancar pedras enraizadas de seus cômodos sais
Punha no bolso todas aquelas que pareciam descompromissadas
Mas sempre atento aos cones, guiava meus dedos por entre os arbustos
Já que tão inocente, sempre tive liberdade para o desconhecido
Sempre pensava naqueles metros e pelos que cortariam meu cordão
No amanhã eu me via coberto por parábolas brancas e confetti verde
Sonhava e me deslumbrava com o momento mais pleno de minha existência
Minhas sensações se debatiam incansávelmente por essa espera
As palavras então começaram uma marcante metamorfóse em seu conceito
As crenças e o jeito de caminhar pela sala mudaram completamente
O bicho-bola havia adquirido um novo caminho ou simplesmente morreu
E as pedras eram compostas por uma canção batida de um velho qualquer
A simplicidade agora ecoa em uma sala escura e abafada de temores
Fico me perguntado onde foi parar aquela neblina que sempre me acariciou
Onde será que estão as atenções esbranquicadas que percorriam meu cérebro
Sinto falta daqueles pequenos dedos e olhos redondos que percebiam tudo
Aquela sede de tudo que cumpunha meu ser curioso e atento
Todos os detalhes para os quais eu me focava eram a grande chave
Mas eu não tenho idéia de como por essa papelada em prática
Eu virei um retrato velho que insiste em manter-se no mesmo lugar
Não tenho paciência para insistir na guia de um balão bobo
Não tenho curiosidade nem coragem para ações simples
Como eu queria meus olhos redondos de volta
Como sou bobo ao me prender nisso.
Beto Macedo
2 comentários:
Você é muito linda e boba por publicar essas coisinhas que esse seu amigo desmiolado pensa. Hahaha
Fiquei lisonjeado mesmo Eve.
Beijos sua linda! :)
ur wellcome guy^^
jurão
vc é um ótimo escritor
invista
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